A habilidade que a IA não tem (e que pode mudar sua vida)
Reflexões sobre filhos, futuro, tecnologia e a habilidade mais humana (e rara) da nossa geração: perguntar com coragem.
Um dia desses, estava saindo para levar o mais novo na escola, e Luca me pediu para ver uma coisa no meu celular.
Como eu não libero celular durante a semana, emprestei — mas fiquei atenta.
Ele mandou uma mensagem de voz, como quem pergunta algo a um amigo.
Estava preocupado com um jogador do time dele. Queria saber o que tinha acontecido, porque aparentemente ele tinha desmaiado em campo, num lance que ele estava assistindo.
O áudio era pro Google (acho que eu nunca usei essa feature).
Ter resposta rápida é tão fácil nos dias de hoje, né?
Ele ainda não usa o ChatGPT, mas já vive como quem nasceu nessa nova lógica de mundo.
Onde tudo está ao alcance de um clique.
Onde ninguém espera o jornal do dia seguinte pra entender o que aconteceu.
Aliás, ele nem sabe o que é isso.
Na minha época, a vida era mais loteria.
Você esperava o Fantástico de domingo, o jornal da manhã, o telefonema de alguém mais informado.
A gente sabia lidar com o que não sabia.
Hoje, é o contrário.
Temos respostas demais.
Respostas pra dormir melhor, trabalhar mais focada, fazer o bebê parar de chorar, ganhar dinheiro, segurar o casamento, ser feliz, lidar com o tédio, acabar com a ansiedade, tomar as rédeas da vida.
Temos até respostas pra perguntas que nem fizemos.
E às vezes… até pra perguntas que não precisavam de resposta nenhuma.
Mas, nesse mar de informação, o que mais falta…
é saber fazer a pergunta.
Perguntar com coragem.
Com presença.
Com profundidade.
Com espaço pra escutar o que vem depois da interrogação — mesmo que o silêncio.
Foi ali, olhando o Luca interagir com a tecnologia como se fosse uma extensão natural do pensamento, que eu percebi:
O nosso diferencial, daqui pra frente, não vai ser o que a gente sabe responder.
Isso, sinceramente, o robô faz melhor que a gente.
O que faz diferença mesmo… é saber perguntar.
Perguntar sobre o que importa.
Sobre o que está desalinhado.
Sobre o que dói, mas a gente varre.
Sobre o que pulsa, mas a gente cala.
E saber perguntar — de verdade — nenhum curso de IA ensina.
Porque não é competência técnica.
É desenvolvimento humano.
É autoconsciência.
É coragem emocional.
Aquela coragem de não querer mais uma fórmula, mas sim fazer uma escolha.
De entender que sucesso não é cumprir uma cartilha.
É estar em paz com as suas próprias decisões.
Com o seu próprio jeito de viver.
A gente fala muito sobre futuro, sobre se preparar, sobre soft skills, sobre inovação.
Mas talvez o maior diferencial que alguém possa ter,
seja saber fazer a pergunta certa na hora certa.
E por falar em pergunta… posso te fazer uma?
Com todo carinho, mas sem anestesia:
Essa busca constante que você faz — por realização, equilíbrio, paz, felicidade…
não seria, no fundo, uma tentativa de encontrar a pergunta que ainda não teve coragem de fazer?
Me despeço por aqui, mas antes, te deixo um convite.
Trocar a resposta “não estou pronta” para a pergunta “e se for agora?"
E se a sua bagagem já for o suficiente?
E se o que falta for só a decisão de confiar no que você já tem?
Estou selecionando, entre hoje e amanhã, 10 mulheres para o meu programa de aceleração que começa em maio. Serão 3 meses, com meu acompanhamento direcionado, transformando bagagem em legado.
Por que não você?
Talvez seja só isso: O momento certo. A pergunta certa. A coragem de escutar.