A vida é um sopro, entendeu?
Aniversário do caçula, minhas re-definições de legado e uma reflexão ins(piradora) sobre maternidade.
A vida é um sopro, entendeu?
Hoje você está. Amanhã... talvez estejam só eles. Ou só você.
E a pergunta que volta, insistente, como aquela música que gruda na cabeça e não sai, é: O que você quer deixar para os seus filhos?
Legado?
Valores?
A força da sua presença — ou o eco da sua ausência?
A vida não espera a agenda dar uma folga.
Não espera o deadline da empresa.
Não espera o caos se organizar.
Ela simplesmente... acontece.
No meio do jantar apressado.
No banho que vira piscina.
Na soneca que dura cinco minutos, mas deixa saudade por horas.
Na briga por causa da colher errada.
No pijama trocado pela quarta vez.
Naquele momento em que você respira fundo, olha no espelho e pensa:
"eu só queria cinco minutos de paz."
É ali.
É justamente ali que a vida está tentando te mostrar alguma coisa.
Porque não são os grandes eventos que constroem uma história.
São os pequenos.
O barulho do pé descalço correndo pelo corredor.
O “mamãe” sussurrado com sono.
O cafuné que começa sem querer e termina com dois corações mais leves.
Você não precisa esperar a vida te dar permissão pra viver.
Você só precisa estar.
Inteira. De alma conectada.
Pare de sonhar um pouquinho e realize mais.
Faça as malas se for preciso.
Doe metade do que tem.
Ou não doe nada – mas se doe.
Peça demissão.
Mude de país.
Coloque seus filhos nos braços e abrace forte quem você ama.
Diga até logo.
Ou não.
Faça tudo ao contrário.
Mas, por favor...
não se esqueça de viver.
Esse fim de semana, meu caçula, Mattia, fez três anos.
E eu não sei como a gente chegou até aqui.
Foi um piscar.
Uma respiração mais profunda.
Um tropeço de tempo.
Outro dia ele cabia inteiro no meu braço.
Hoje corre pela casa dando ordens e me ensina, todos os dias, a desacelerar.
A maternidade me molda, mas não me define.
Meu papel como mãe não é criar filhos fortes — como já falei um dia.
É me tornar uma mulher forte.
Inteira.
Consciente do que quero mostrar, ensinar e deixar.
Porque, mais do que o que eu digo,
é o que eu vivo que eles vão lembrar.
Se quero que meus filhos sejam felizes, eu preciso ser o espelho.
Preciso me abastecer primeiro.
Preciso ser a mulher que eles verão e dirão:
"quero isso pra mim."
Não o carro. Nem a casa.
Mas a liberdade, o brilho no olho, a paz no peito.
A gente não ensina com palavras.
Ensina com escolhas.
E se você chegou até aqui sentindo um nó na garganta, talvez seja a vida pedindo:
Ei. Tá na hora de mudar alguma coisa aí dentro.
Então me responde, com coragem:
Você tem sido quem você quer que seus filhos se lembrem?
Você tem vivido uma vida que deixaria saudade?
Se a resposta ainda for “não”, tá tudo bem.
Todo dia é uma nova chance de fazer diferente.
Mas começa hoje.
Começa por você.
suas reflexões sempre me tocam tanto! Obrigada por dividir com a gente!
Leio isso as 4.30am enquanto minha pequena de 4 meses dorme no meu colo. O tempo voa. Suas reflexões sobre maternidade, presença e legado sempre muito ricas e reflexivas. Obrigada!