Todo começo de ano é a mesma coisa: alguém solta a clássica “o ano só começa depois do Carnaval”. Mas vamos ser sinceras? O ano nunca parou. A gente é que aprendeu a só dar valor ao que nos faz parecer produtivos. E temos a falsa sensação que isso só acontece depois do Carnaval.
Os dias comuns? Esses a gente descarta. Coloca na conta só aqueles que fazemos algo grandioso. Entregas, reconhecimentos, realizações. Só que são justamente esses dias mais comuns que sustentam a vida.
A qualidade das realizações vem justamente deles.
Já compartilhei com vocês, há um tempo, sobre uma conversa que tive com uma amiga que não entendia como eu dava conta de tudo. E minha resposta foi clara: eu não dou conta de tudo, ou até dou - mas o meu tudo é muito menor do que você imagina. Mas aprendi a diferenciar o que me esgota do que me recarrega.
E essa diferença não está em fazer menos ou mais coisas. Está em escolher direito o que entra na minha agenda.
É tudo sobre prioridades.
Se alguém me perguntar agora se minha agenda está cheia, a resposta é sim, mais do que eu gostaria. Mas se alguém do meu time me pedir uma reunião agora no fim da tarde, eu vou responder:
— Não posso, tenho compromisso.
O compromisso? Parque com as crianças, às 16h.
Primavera chegando. Sol dando as caras, sabe como é. Prioridades.
Antes, eu olharia para a lista infinita de tarefas e diria que não tenho tempo. Agora, entendo que não é sobre o tempo, mas sobre energia. Sair para uma tarde de sol e sentar na grama enquanto vejo meus filhos correrem não me atrasa. Pelo contrário, me abastece.
Sim, tem pratos caindo. Sempre tem. Mas dessa vez, sou eu quem escolhe quais eu posso deixar cair.
Há um tempo ouvi que as mulheres não são chatas, são exaustas. Essa frase me marcou, porque já me vi nela. E vejo tantas de vocês, nela. E eu realmente acredito que chegou a hora de termos coragem para pausar, desacelerar, desagradar e escolher sem medo do que vamos perder.
Se você ainda sente que não sabe o que priorizar, tenta esse exercício aqui (eu faço todo início de ano):
Imagine que já é dezembro, e você está olhando para trás, agradecendo por ter tido o melhor ano da sua vida.
Se visualize nessa cena. Sinta a satisfação, a energia, a leveza de celebrar suas conquistas.
Agora escreva:
Quais foram as 3-5 coisas que você fez profissionalmente que tornaram seu ano tão bom?
Quais foram as 3-5 coisas que você fez pessoalmente que tornaram seu ano tão bom?
Pronto. Aí estão as suas prioridades agora.
Se conecte com elas.
Trabalhe por elas.
Escolha elas.
E nunca subestime o poder do simples. No final, talvez um dos grandes motivos para 2025 ter sido o melhor ano da sua vida seja o fato de que… você aproveitou mais tardes de sol.
Paty falou todas verdades sobre o ano e sobre nós, mulheres. A pausa é necessária mas no mundo acelerado que vivemos sempre vem a culpa é o peso de que ainda tenho muito o que fazer e não posso parar.