O caminho de volta
O retorno não é uma volta atrás, e sim um avanço para uma vida com mais significado. Torniamo?
Sabe aquele texto: “Já estou voltando. Só tenho 37 anos e já estou fazendo o caminho de volta.”?
Pois bem, até pouco tempo atrás eu também estava indo.
Indo morar em São Paulo, recém promovida na multinacional que trabalhava. Indo trocar o meu carro e comprar roupa nova para circular na Faria Lima.
Foram incontáveis viagens de Curitiba pra São Paulo, horas extras e noites insones.
Até que um dia, minha funcionária faltou e eu não sabia onde ficavam os produtos de limpeza da minha própria casa, muito menos como usá-los.
Nesse mesmo dia, meu filho teve febre, eu dei remédio e mandei pra escola mesmo assim.
Eu tinha que ir.
Continuar indo.
Mais uma reunião importante. Mais uma visita do chefe Deus do Olimpo. Mais um carinho no ego.
Com 30 e poucos anos, eu estava chegando lá.
Onde mesmo?
Não tinha placa de fim, mas tinha a placa de retorno.
Foi preciso reajustar a rota e fazer o caminho de volta.
Mudei pra Itália, voltei literalmente no tempo [que ano é aqui, 1900?!], o berço da vita lenta, do movimento slow, da dolce vita.
Moramos cercados de vinículas, longe de tudo: prédios altos, viagens a trabalho, cafés com wifi.
Tenho mais filhos e menos coisas. Menos glamour e mais tempo.
A gente sai pra tomar gelato, em uma terça qualquer. Levo um pra escola a pé, os outros dois de bicicleta. O mais velho, com 9 anos, já vai pro futebol sozinho, e no supermercado também.
Eu olho da janela.
Em falar da janela, eu vou lá todos os dias, entre uma mentoria e outra. Tomar meu chá, ver a senhorinha cuidando do jardim, o vizinho passeando com cachorro.
No verão, subimos pras montanhas, fugimos do calor e eu constato a grandeza da vida.
Coloco ela em perspectiva. Os problemas são tão menores vistos lá de cima.
As crianças fazem comida de faz de conta, sobem em árvore e brigam menos quando estão imersas no entretenimento infinito da natureza. Não se enganem, aqui existe tela também!
Mas agora, vejo que a vida tem um ritmo diferente. E eu voltei a estar nos meus dias.
Vigilante, sempre. Porque a correria, aquela estressadinha, sempre aparece para uma visita, assim sem avisar. No Brasil, na Itália, em qualquer lugar.
Mas eu descobri que o retorno não é uma volta atrás, e sim um avanço para uma vida com mais significado.
Não importa ONDE você está, mas COMO você escolhe estar.
A minha versão de sucesso não está na busca incessante por dinheiro e status, mas em viver de forma mais intencional, com tempo para o que me faz bem. Para mim, foi sair dessa corrida e valorizar o simples, aquilo que me abastece. Ganhando dinheiro para isso, claro, mas ganhando ainda mais vida.
Talvez você ainda esteja indo. Mas se ver a placa de retorno, saiba que é um convite para redescobrir o que verdadeiramente importa.
Você também pode encontrar o seu caminho de volta. De volta para aquela que nunca vai te deixar sozinho: a sua essência.
Você deve ter visto, que recentemente eu dei um treinamento gratuito com 3 aulas que guiaram centenas de mulheres para o seu caminho de volta. Lá eu entreguei a linha, o fio condutor que liga valores, propósito e movimento à sua versão mais realizada.
A notícia ruim é que essa Imersão Alinha ficou no ar por tempo limitado. A notícia boa é que hoje, sexta-feira, eu vou liberar para vocês - minhas assinantes do Lifestyle Talks - para maratonarem durante o fim de semana, com a possibilidade de baixarem os pdfs ali mesmo, durante a aula. Aproveite, ficará disponível até domingo!
Para assistir, clique AQUI!
Agora me conta, o que é o caminho de volta para você?
Adorei essa edição, apesar de cutucar uma ferida bem aberta (ou na verdade, exatamente por isso)! Alguma chance de deixar os vídeos liberados até amanhã? Comecei a maratona mas não vou conseguir terminar hoje =[